sábado, 7 de junho de 2014

Descrição objetiva e subjetva



Descrição objetiva e descrição subjetiva
É possível descrever um objeto, um ser animado ou inanimado ou um processo - o que é descrito é chamado tema núcleo da descrição. O texto descritivo não tem um narrador, como no texto narrativo, mas um observador.
Quando a intenção do observador é apresentar de forma prática e impessoal o tema núcleo temos uma descrição objetiva. Publicações técnicas ou científicas costumam apresentar textos descritivos, pois seu objetivo é justamente apresentar seres, fenômenos e processos.
Quando o observador procura apresentar o tema núcleo de maneira mais pessoal, relacionando-o à sua experiência, temos uma descrição subjetiva.
Em textos narrativos e dissertativos também há trechos descritivos, necessários para apresentar personagens, cenários, cenas, processos e exemplos para a argumentação.
Em resumo:
Descrição objetiva é aquela em que o observador apresenta o temanúcleo de maneira impessoal, fazendo a representação fiel do aspecto exterior.
Descrição subjetiva é aquela em que o observador apresenta o tema-núcleo de maneira pessoal, empregando a imaginação e externando suas impressões pessoais.
Descrição de pessoa, de ambiente e de objeto
O objetivo da produção de um texto determina o modo de organização que prevalecerá sobre os demais, mas dificilmente se encontram textos "puros”. Em um texto narrativo, é muito comum encontrar diversos trechos descritivos por meio dos quais as personagens, ambientes e objetos são descritos.
Veja um exemplo de descrição de pessoa:
O menino é pai do homem
"Cresci; e nisso é que a família não interveio; cresci naturalmente, como crescem as magnólias e os gatos. Talvez os gatos são menos matreiros, e, com certeza, as magnólias são menos inquietas do que eu era na minha infância. Um poeta dizia que o menino é pai do homem. Se isto é verdade, vejamos alguns Iineamentos do menino.
Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de 'menino-diabo'; e verdadeiramente não era outra coisa; fui dos mais malignos do meu tempo, arguto, indiscreto, traquinas e voluntarioso. Por exemplo, um dia quebrei a cabeça de uma escrava, porque me negara uma colher do doce de coco que estava fazendo, e, não contente com o malefício, deitei um punhado de cinza ao tacho, e, não satisfeito da travessura, fui dizer à minha mãe que a escrava é que estragara o doce 'por pirraça'; e eu tinha apenas seis anos. (...) Esconder os chapéus das visitas, deitar rabos de papel a pessoas graves, puxar pelo rabicho das cabeleiras, dar beliscões nos braços das matronas, e outras muitas façanhas deste jaez, eram mostras de um gênio indócil, mas devo crer que eram também expressões de um espírito robusto, porque meu pai tinha-me grande admiração; e, se às vezes me repreendia, à vista de gente, fazia-o por simples formalidade: em particular dava-me beijos."
ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas.
São Paulo: Moderna, 1994 (Coleção Travessias).
O trecho que você acaba de ler faz parte de uma narrativa em 1ª pessoa. O narrador descreve a si mesmo durante a infância. Concentra-se em definir seu comportamento e personalidade: "(...) fui dos mais malignos do meu tempo (...) e voluntarioso”: Descreve algumas de suas ações - "Esconder os chapéus das visitas" - para indicar que tinha gênio indócil e espírito robusto. Enfatiza as suas características psicológicas.
A descrição de pessoa pode indicar também as características físicas da personagem. A escolha de quais características serão apresentadas é feita a partir da importância que elas podem apresentar dentro da história.
Observe na estrofe a seguir uma descrição de pessoa em que as características físicas e psicológicas estão mescladas:
"Os seus cabelos eram ondeados e lustrosos; o vigor da saúde transparecia-Ihe nas faces; os seus olhos cintilavam de uma luz maliciosa, de bom humor e de pensamentos elevados."
WILDE, Oscar. O retrato de Dorian Gray. São Paulo:
Folha de S. Paulo/Ediouro, 1998.
Veja agora um exemplo de descrição de ambiente:
A sala
"Entremos, já que as portas se abrem de par em par, cerrando-se logo depois de nossa passagem. A sala não é grande, mas espaçosa; cobre as paredes um papel aveludado de sombrio escarlate, sobre o qual destacam entre os espelhos duas ordens de quadros representando os mistérios de lesbos. Deve fazer ideia da energia e aparente vitalidade com que as linhas e colorido dos contornos se debuxavam no fundo rubro, ao trêmulo da claridade deslumbrante do gás.
A mesa oval, preparada para oito convivas, estava colocada no centro sobre um estrado, que tinha o espaço necessário para o serviço dos criados; o resto do soalho desaparecia sob um felpudo e macio tapete, que acolchoava o roda pé e também os bordos do estrado."
ALENCAR, José de. Luciola. São Paulo: Ediouro, 2000.
Os adjetivos empregados estão relacionados à cor, ao tamanho, ao material de que são feitos os objetos, às proporções de um ambiente fechado.
Observe os detalhes de uma pequena joia nesta descrição de objeto:
O adereço
"Ao sair vi um adereço de azeviche muito simplesmente lavrado, e por isso mesmo ainda mais lindo na sua simplicidade. Tênue filete de ouro embutido bordava a face polida e negra da pedra. (...) Não resisti; comprei o adereço, e tão barato, que hesitei se devia oferecê-Io."
ALENCAR, José de. Ludola.
São Paulo: Ediouro, 2000.
O autor revela o material de que é feita a joia, o seu formato e a sua cor. Na descrição de objeto, podem-se também acrescentar detalhes sobre a utilidade, o tamanho, o peso, o cheiro e a origem. A relação entre a história e o objeto determinará se a descrição será objetiva ou subjetiva.

Atividades
Texto 1
Respiração submersa
"O submarino, quando mergulha, mantém a pressão atmosférica da superfície. Seus tripulantes respiram o ar que, na hora da imersão, ficou confinado no interior da embarcação. As taxas de oxigênio (O2) e gás carbônico (CO2) são constantemente monitoradas, apresentado o estado de pureza do ar respirável. O CO2 produzido pela respiração dos tripulantes é absorvido por compostos químicos e o submarino possui uma série de ampolas de oxigênio puro, liberado sempre que sua quantidade no ar baixa a um determinado limite. (...)"
Galileu, Rio de Janeiro: Globo, fev. 2003.
1- O texto que você acaba de ler foi escrito para responder à pergunta de um leitor ("Como se obtém ar para a tripulação dos submarinos?") enviada à redação da revista Galileu. Nesse texto, qual é o tema-núcleo?
2- O texto permite ao leitor saber tudo a respeito de um submarino? Por quê?
3- Considerando a resposta dada à questão anterior, comente: uma descrição precisa necessariamente apresentar todos os detalhes do objeto, ser ou processo descrito? Por quê?
Texto 2
Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio
"Estou deitado na margem. Dois barcos, presos a um tronco de salgueiro cortado em remotos tempos, oscilam ao jeito do vento, não da corrente, que é macia, vagarosa, quase invisível. A paisagem em frente, conheço-a. Por uma aberta entre as árvores, vejo as terras lisas da lezíria, ao fundo uma franja de vegetação verde-escura, e depois, inevitavelmente, o céu onde boiam nuvens que só não são brancas porque a tarde chega ao fim e há o tom de pérola que é o dia que se extingue. Entretanto, o rio corre. (...)
Três metros acima da minha cabeça estão presos nos ramos rolos de palha, canalhas de milho, aglomerados de lodo seco. São os vestígios da cheia. À esquerda, na outra margem, alinham-se os freixos que, a esta distância, por obra do vento que Ihes estremece as folhas numa vibração interminável, me fazem lembrar o interior de uma colmeia. (...)
Entretanto, enquanto vou pensando, o rio continua a passar, em silêncio. Vem agora no vento, da aldeia que não está longe, um lamentoso toque de sinos: alguém morreu, sei quem foi, mas de que serve dizê-Io? Muito alto, duas garças brancas (ou talvez não sejam garças, não importa) desenham um bailado sem princípio nem fim: vieram inscrever-se no meu tempo, irão depois continuar o seu, sem mim.
Olho agora o rio que conheço tão bem. A cor das águas, a maneira como escorregam ao longo das margens, as espadanas3 verdes, as plataformas de limos onde encontram chão as rãs, onde as libélulas (também chamadas tira-olhos) pousam a extremidade das pequenas garras - este rio é qualquer coisa que me corre no sangue, a que estou preso desde sempre e para sempre. Naveguei nele, aprendi nele a nadar, conheço-lhe os fundões e as locas onde os barbos pairam imóveis. É mais do que um rio, é talvez um segredo.
E, contudo, estas águas já não são as minhas águas. O tempo flui nelas, arrasta-as e vai arrastando na corrente líquida, devagar, à velocidade (aqui, na terra) de sessenta segundos por minuto. Quantos minutos passaram já desde que me deitei na margem, sobre o feno seco e doirado? Quantos metros andou aquele tronco apodrecido que flutua? O sino ainda toca, a tarde teve agora um arrepio, as garças onde estão? Devagar, levanto-me, sacudo as palhas agarradas à roupa, calço-me. Apanho uma pedra, um seixo redondo e denso, lanço-o pelo ar, num gesto do passado. Cai no meio do rio, mergulha (não vejo, mas sei), atravessa as águas opacas, assenta no lodo do fundo, enterra-se um pouco. (...)
Desço até à água, mergulho nela as mãos, e não as reconheço. Vêm-me da memória outras mãos mergulhadas noutro rio. As minhas mãos de há trinta anos, o rio antigo de águas que já se perderam no mar. Vejo passar o tempo. Tem a cor da água e vai carregado de detritos, de pétalas arrancadas de flores, de um toque vagaroso de sinos. Então uma ave cor de fogo passa como um relâmpago. O sino cala-se. E eu sacudo as mãos molhadas de tempo, levando-as até aos olhos - as minhas mãos de hoje, com que prendo a vida e a verdade desta hora."
SARAMAGO, José. Deste mundo e do outro.
Lisboa: Editorial Caminho, 1985.
1- O texto que você leu é predominantemente descritivo. O observador apresenta suas impressões a respeito do tempo comparando-o a um rio e afirma: "Estou deitado na margem”: Explique o significado dessa frase.
2- No 2º parágrafo, o observador compara a vibração das folhas ao interior de uma colmeia. Por que é possível afirmar que essa é uma comparação subjetiva?
3- Ao ler 4º parágrafo, percebe-se que existe uma ligação maior entre o observador e o rio. De que forma se pode comprovar essa ideia no texto?
4- Explique por que o observador diz, no 5º parágrafo, que "estas águas já não são as minhas águas".
5- Ainda no 5º parágrafo, o observador indica alguns possíveis destinos para a pedra. Compare esses destinos às possíveis atitudes das pessoas em relação ao tempo.
6- No último parágrafo, o observador sente-se um estranho, ao mergulhar suas mãos nas águas do rio.
a) O que o faz imaginar-se tão diferente naquele momento?
b) Interprete esta imagem: "E eu sacudo as mãos molhadas de tempo".
7- Por que o observador tenta reter com suas mãos, no presente, "a vida e a verdade" daquela hora?
8- Explique o título do texto: "Ninguém se banha duas vezes no mesmo no”
9- Comparando os textos 1 e 2, pode-se perceber uma diferença na maneira como a descrição é feita. Que diferença é essa?


Exercício sobre o filme AVATAR



Colégio Estadual João Guimarães
Professora: Elane de Azevedo Campos. Aluno (a):___________________________________
Turma: ________ Data: ___/___/___
Leitura e Produção Textual
AVATAR

No ano 2154 d.C., a corporativa humana RDA explora minério em Pandora, uma das luas de Polifemo, um dos três gigantes gasosos fictícios orbitando Alpha Centauri, a 4,4 anos-luz da Terra. Os humanos têm o objetivo de explorar em Pandora as reservas de um precioso minério chamado Unobitainium. Parker Selfridge, chefe da operação mineradora, emprega ex-soldados e ex-fuzileiros como mercenários.Pandora é habitado por uma espécie de humanoides chamada Na'vi. Medindo quase 3 metros de altura, com caudas, ossos naturalmente reforçados com fibra de carbono e pelo bioluminescente, os Na'vi vivem em harmonia com a natureza e são considerados primitivos pelos humanos. Eles veneram uma deusa chamada Eywa. Os humanos não são capazes de respirar na atmosfera de Pandora, a qual é rica em dióxido de carbono, metano e amônia. Além disso, não têm uma convivência pacífica com os Na'vi por não entenderem sua cultura de venerar a natureza. Os pesquisadores humanos coordenados por Dra. Grace Augustine criaram o Programa Avatar, híbridos humano-Na'vigeneticamente modificados. Um humano que compartilhe material genético com um Avatar é mentalmente ligado e pode se conectar através de conexões neurais que permitem o controle do corpo doAvatar. Jake Sully é um ex-fuzileiro paraplégico, que vai para Pandora querendo dinheiro para uma operação que o curaria da paralisia. O irmão gêmeo de Jake, Thomas, era um cientista do programa Avatar e ao morrer, Jake é chamado para assumir seu lugar no programa por sua similaridade genética que permitiria compatibilidade com o Avatar do irmão. Dra. Augustine não fica contente com a substituição, pois o irmão de Jake era um cientista com anos de treinamento para participar do programa. Jake, por sua vez, nunca usou um Avatar e não tem nenhum conhecimento sobre a cultura Na'vi. A equipe de pesquisa deixa que ele participe do programa,tendo-o mais como um segurança do que como um cientista.Quando Jake está servindo de escolta para Grace e o biólogo Norm Spellman em forma de Avatar, ele é atacado por uma criatura local e se perde do resto do grupo. Na selva, é salvo por uma Na'vi fêmea, Neytiri.Neytiri inicialmente quer deixar Jake, mas após ele ser coberto por sementes da Árvore da Vida, decide levá-lopara a Casa da Árvore, onde mora seu clã, os Omaticaya. quando o Coronel Miles Quaritch ouve sobre a ligação próxima de Jake aos Na'Vi, que está sendoensinado sobre Pandora por Neytiri, promete-lhe pernas funcionais em troca de convencer os Omaticaya a saírem da Casa da Árvore, que fica sobre uma imensa reserva de Unobtainium. Em três meses, Jake começa a preferir o modo de vida dos Na'Vi, se une aos Omaticaya e inicia um relacionamento com Neytiri. Sua mudança de lealdade é demonstrada quando Jake ataca máquinas da RDA que vieram destruir a Casa da Árvore. Ao ver o acontecimento, Quaritch desliga Jake de seu avatar, e descobre um video-diário em que Jakediz que os Na'Vi jamais deixarão a região. Isso faz Quaritch ordenar a destruição da Árvore, e Grace discorda,dizendo que afetaria a rede neural bio-botânica de Pandora. Parker Selfridge dá a Grace e Jake uma hora para eles convencerem os Na'Vi a abandonarem a área.Porém ao revelarem a missão, os Omaticaya consideram Jake e Grace traidores, e os aprisionam.Quaritch ataca a Casa da Árvore, matando muitos Omaticaya, inclusive Eytucan, chefe do clã e pai de Neytiri. Jake e Grace são desconectados dos Avatares e aprisionados junto comNorm. A piloto Trudy Chacon, revoltada com as ações recentes, osliberta. Na fuga, Grace é baleada. Com Grace morrendo, Jake resolve pedir ajuda aos Omaticaya. Após domar o Toruk, uma besta que sócinco Na'Vi conseguiram montar, Jake voa até a Árvore das Almas,onde os Omaticaya se refugiaram, e pede a ajuda deles para salvarGrace. Há uma tentativa de transferir a alma de Grace para seu avatar,mas os ferimentos da cientista são graves demais e ela morre. Jake e Tsu'Tey, o novo líder Omaticaya, usam o Toruk para voar até os diferentes clãs Na'Vi e convencê-los a se juntar em sua luta.Depois, Jake ora para Eywa, pedindo sua ajuda - as tropas de Quaritch planejam destruir a Árvore das Almas. Na batalha que segue, muitos Na'Vi  morrem, incluindo Tsu'Tey e Trudy,e a derrota parece próxima, mas então a fauna de Pandora ataca e tira a vantagem da RDA. Jake destrói um bombardeiro, e Quaritch retalia atacando o prédio onde está a cápsula de controlar avatares com o corpo de Jake. Jake é exposto a atmosfera e quase morre, mas é salvo por Neytiri após esta matar Quaritch. Selfridge e os militares são expulsos de Pandora, mas os Na'Vi deixam os cientistas permanecerem. Jake se torna líder dos Omaticaya, e tem sua alma transferida permanentemente para seu avatar por meio da Árvore das Almas.

  Responda:
a)     O que são os avatares?Qual a função deles?
híbridos humano-Na'vigeneticamente modificados. 
b)     Qual a finalidade da ocupação humana em Pandora?
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

c)     Como vivem os Navis?
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

d)     Como é a relação do Navis com seu ambiente?Como eles se ligam a natureza?
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

e)     Qual a diferença de condutas entre seres humanos e Navis?
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f)      Como podemos relacionar a história de AVATAR com a situação ecológica em que vivemos hoje?
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g)     Qual o momento que foi mais tocante durante o filme?
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

h)     O que fez com que Jake, mudasse seu pensamento e suas atitudes?
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i)      Qual a principal lição que o filme nos trás?
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________



 

Elementos da Narrativa




Ciep Brizolão 141 Vereador Said Tanus José. Data: ___/___/____ Turma: ______
Professora: Elane de Azevedo Campos. Aluno (a): __________________________________



Narração à é um relato centrado num fato ou acontecimento. Dizemos que há um ou mais personagens atuando e um narrador que relata a ação.
Tipos de narrativa: piadas, histórias, poemas, letras de músicas, contos,...
Elementos da narrativa
 Construímos um texto narrativo com base em alguns elementos:
O quê? – fato narrado.
Quem? – personagem principal e personagens secundários.
Como? – o modo que os fatos aconteceram.
Quando? – o tempo dos acontecimentos.
Onde? local onde se desenrolou o acontecimento.
Por quê? – a razão, o motivo do fato.
Por isso: - a consequência dos fatos.
No texto narrativo, o fato é o ponto central da ação, sendo o verbo o elemento principal. É importante só uma ação centralizadora para envolver os personagens.

Personagens: a apresentação dos personagens pode ser direta (descrição dos traços físicos ou psicológicos) e indireta ( ações, comportamentos, acontecimentos vividos pelos personagens, fala).

Discurso: direto ( geralmente antecedido por dois pontos e introduzido por travessão); indireto (o autor conta com suas próprias palavras), indireto livre (mistura o discurso direto com o indireto).

“ Se pudesse economizar durante alguns meses, levantaria a cabeça. Forjara planos. Tolice, quem é do chão não se trepa.” (Graciliano Ramos) – discurso indireto livre


Enredo: linear (começo- meio- fim); não linear (cortes ou saltos na sequencia das ações); cronológico  (objetivamente marcado); psicológico.

Foco narrativo: 1ª pessoa (narrador-personagem);  3ª pessoa (narrador-observador);  3ª e 1ª pessoa (narrador-onisciente).
Narrador é quem conta.

Espaço: onde os acontecimentos se desenrolam.

Obs.: pode-se ter num texto narrativo, parágrafos descritivos e dissertativos.

Questões:

Texto para as questões 01 a 05

O leão

  A menina conduz-me diante do leão, esquecido por um circo de passagem. Não está preso, velho e doente, em gradil de ferro. Fui solto no gramado e a tela fina de arame é escarmento ao rei dos animais. Não mais que um caco de leão: as pernas reumáticas, a juba emaranhada e sem brilho. Os olhos globulosos fecham-se cansados, sobre o focinho contei nove ou dez moscas, que ele não tinha ânimo de espantar. Das grandes narinas escorriam gotas e  pensei, por um momento, que fossem lágrimas.
  Observei em volta: somos todos adultos, sem contar a menina. Apenas para nós o leão conserva o seu antigo prestígio - as crianças estão em redor dos macaquinhos. Um dos presentes explica que o leão tem as pernas entrevadas, a vida inteira na minúscula jaula. Derreado, não pode sustentar-se em pé.
  Chega-se um piá e, desafiando com olhar selvagem o leão, atira-lhe um punhado de cascas de amendoim. O rei sopra pelas narinas, ainda é um leão: faz estremecer as gramas a seus pés.
Um de nós protesta que deviam servir-lhe a carne em pedacinhos.
- Ele não tem dente?
- Tem sim, não vê? Não tem é força para morder.
  Continua o moleque a jogar amendoim na cara devastada do leão. Ele nos olha e um brilho de compreensão nos faz baixar a cabeça: é conhecido o travo amargoso da derrota. Está velho, artrítico, não se agüenta das pernas, mas é um leão. De repente, sacudindo a juba, põe-se a mastigar capim. Ora, leão come verde! Lança-lhe o guri uma pedra: acertou no olho lacrimoso e doeu.
  O leão abriu a bocarra de dentes amarelos, não era um bocejo. Entre caretas de dor, elevou-se aos poucos nas pernas tortas. Sem sair do lugar, ficou de pé. Escancarou penosamente os beiços moles e negros, ouviu-se a rouca buzina do fordeco antigo.
  Por um instante o rugido manteve suspensos os macaquinhos e fez bater mais depressa o coração da menina. O leão soltou seis ou sete urros. Exausto, deixou-se cair de lado e fechou os olhos para sempre.

01. (ITA)
I.   Embora não seja um texto predominantemente descritivo, ocorre descrição, visto que o autor representa a personagem principal através de aspectos que a individualizam.

II.  Por ressaltar unicamente as condições físicas da personagem, predomina a descrição objetiva no texto, com linguagem denotativa.

III. Por ser um texto predominantemente narrativo, as demais formas - descrição e dissertação - inexistem.

Inferimos que, de acordo com o texto, pode(m) estar correta(s):

a) Todas
b) Apenas a I
c) Apenas a II
d) Apenas a III
e) Nenhuma das afirmações.


 02. (ITA)
I.   Fato principal: a morte do leão. Causas principais: o circo, que o abandonou, e a criança, que o acertou com uma pedra.

II.  A decadência física do leão, assunto predominante do texto, denota animalização do ser humano.

III. A velhice do leão, assunto predominante do texto, conota marginalização, maus tratos e decadência física  dos animais.

Inferimos que, de acordo com o texto, pode(m) estar correta(s):

a) Todas
b) Apenas a I
c) Apenas a II
d) Apenas a III
e) Nenhuma das afirmações.


03. (ITA)
I.   Conotativamente, o leão chora; denotativamente, o menino agride.

II.  A decadência do leão é tanta, que nada faz lembrar a sua antiga reputação. Nem mesmo os adultos o reconhecem mais.

III. Metaforicamente, o leão, que não mais produz e não mais trabalha, pode representar a marginalização, abandono e agressão a que são submetidos os idosos.
      
Inferimos que, de acordo com o texto, pode(m) estar correta(s):

a) Todas
b) Apenas a I
c) Apenas a II
d) Apenas a III
e) Nenhuma das afirmações.


04. (ITA)
I.   Evidencia-se  explicitamente no texto uma comparação: a decadência do leão é similar a do ser humano em geral.
 
II.  Incapaz de reagir fisicamente às provocações, o leão, sentindo-se inconformado, morre.

III. O fato de o leão "não estar preso em gradil de ferro constitui, por parte de seus antigos donos, uma prova de gratidão.

Inferimos que, de acordo com o texto, pode(m) estar correta(s):

a) Todas
b) Apenas a I
c) Apenas a II
d) Apenas a III
e) Nenhuma das afirmações.

05. (PUC - SP) O trecho abaixo foi extraído da obra Memórias Sentimentais de João Miramar, de Oswald
de Andrade.

66. BOTAFOGO ETC.

  "Beiramarávamos em auto pelo espelho de aluguel arborizado das avenidas marinhas sem sol. Losangos tênues de ouro bandeiranacionalizavam os verdes montes interiores. No outro lado azul da baía a Serra dos Órgãos serrava. Barcos. E o passado voltava na brisa de baforadas gostosas. Rolah ia vinha derrapava em
túneis.
  Copacabana era um veludo arrepiado na luminosa noite varada pelas frestas da cidade. Didaticamente, costuma-se dizer que, em relação à sua organização, os textos podem ser compostos dedescrição, narração e dissertação; no entanto é difícil encontrar-se um trecho que seja só descritivo, apenas narrativo, somente dissertativo.
 
Levando-se em conta tal afirmação, selecione uma das alternativas abaixo para classificar o texto de
Oswald de Andrade:

a) Narrativo-descritivo, com predominância do dissertativo.
b) Dissertativo-descritivo, com predominância do dissertativo.
c) Descritivo-narrativo, com predominância do narrativo.
d) Descritivo-dissertativo, com predominância do dissertativo.
e) Narrativo-dissertativo, com predominância do narrativo.

























Resolução:
01. B
02. E
03. D
04. E
05. A