sábado, 7 de junho de 2014

Elementos da Narrativa




Ciep Brizolão 141 Vereador Said Tanus José. Data: ___/___/____ Turma: ______
Professora: Elane de Azevedo Campos. Aluno (a): __________________________________



Narração à é um relato centrado num fato ou acontecimento. Dizemos que há um ou mais personagens atuando e um narrador que relata a ação.
Tipos de narrativa: piadas, histórias, poemas, letras de músicas, contos,...
Elementos da narrativa
 Construímos um texto narrativo com base em alguns elementos:
O quê? – fato narrado.
Quem? – personagem principal e personagens secundários.
Como? – o modo que os fatos aconteceram.
Quando? – o tempo dos acontecimentos.
Onde? local onde se desenrolou o acontecimento.
Por quê? – a razão, o motivo do fato.
Por isso: - a consequência dos fatos.
No texto narrativo, o fato é o ponto central da ação, sendo o verbo o elemento principal. É importante só uma ação centralizadora para envolver os personagens.

Personagens: a apresentação dos personagens pode ser direta (descrição dos traços físicos ou psicológicos) e indireta ( ações, comportamentos, acontecimentos vividos pelos personagens, fala).

Discurso: direto ( geralmente antecedido por dois pontos e introduzido por travessão); indireto (o autor conta com suas próprias palavras), indireto livre (mistura o discurso direto com o indireto).

“ Se pudesse economizar durante alguns meses, levantaria a cabeça. Forjara planos. Tolice, quem é do chão não se trepa.” (Graciliano Ramos) – discurso indireto livre


Enredo: linear (começo- meio- fim); não linear (cortes ou saltos na sequencia das ações); cronológico  (objetivamente marcado); psicológico.

Foco narrativo: 1ª pessoa (narrador-personagem);  3ª pessoa (narrador-observador);  3ª e 1ª pessoa (narrador-onisciente).
Narrador é quem conta.

Espaço: onde os acontecimentos se desenrolam.

Obs.: pode-se ter num texto narrativo, parágrafos descritivos e dissertativos.

Questões:

Texto para as questões 01 a 05

O leão

  A menina conduz-me diante do leão, esquecido por um circo de passagem. Não está preso, velho e doente, em gradil de ferro. Fui solto no gramado e a tela fina de arame é escarmento ao rei dos animais. Não mais que um caco de leão: as pernas reumáticas, a juba emaranhada e sem brilho. Os olhos globulosos fecham-se cansados, sobre o focinho contei nove ou dez moscas, que ele não tinha ânimo de espantar. Das grandes narinas escorriam gotas e  pensei, por um momento, que fossem lágrimas.
  Observei em volta: somos todos adultos, sem contar a menina. Apenas para nós o leão conserva o seu antigo prestígio - as crianças estão em redor dos macaquinhos. Um dos presentes explica que o leão tem as pernas entrevadas, a vida inteira na minúscula jaula. Derreado, não pode sustentar-se em pé.
  Chega-se um piá e, desafiando com olhar selvagem o leão, atira-lhe um punhado de cascas de amendoim. O rei sopra pelas narinas, ainda é um leão: faz estremecer as gramas a seus pés.
Um de nós protesta que deviam servir-lhe a carne em pedacinhos.
- Ele não tem dente?
- Tem sim, não vê? Não tem é força para morder.
  Continua o moleque a jogar amendoim na cara devastada do leão. Ele nos olha e um brilho de compreensão nos faz baixar a cabeça: é conhecido o travo amargoso da derrota. Está velho, artrítico, não se agüenta das pernas, mas é um leão. De repente, sacudindo a juba, põe-se a mastigar capim. Ora, leão come verde! Lança-lhe o guri uma pedra: acertou no olho lacrimoso e doeu.
  O leão abriu a bocarra de dentes amarelos, não era um bocejo. Entre caretas de dor, elevou-se aos poucos nas pernas tortas. Sem sair do lugar, ficou de pé. Escancarou penosamente os beiços moles e negros, ouviu-se a rouca buzina do fordeco antigo.
  Por um instante o rugido manteve suspensos os macaquinhos e fez bater mais depressa o coração da menina. O leão soltou seis ou sete urros. Exausto, deixou-se cair de lado e fechou os olhos para sempre.

01. (ITA)
I.   Embora não seja um texto predominantemente descritivo, ocorre descrição, visto que o autor representa a personagem principal através de aspectos que a individualizam.

II.  Por ressaltar unicamente as condições físicas da personagem, predomina a descrição objetiva no texto, com linguagem denotativa.

III. Por ser um texto predominantemente narrativo, as demais formas - descrição e dissertação - inexistem.

Inferimos que, de acordo com o texto, pode(m) estar correta(s):

a) Todas
b) Apenas a I
c) Apenas a II
d) Apenas a III
e) Nenhuma das afirmações.


 02. (ITA)
I.   Fato principal: a morte do leão. Causas principais: o circo, que o abandonou, e a criança, que o acertou com uma pedra.

II.  A decadência física do leão, assunto predominante do texto, denota animalização do ser humano.

III. A velhice do leão, assunto predominante do texto, conota marginalização, maus tratos e decadência física  dos animais.

Inferimos que, de acordo com o texto, pode(m) estar correta(s):

a) Todas
b) Apenas a I
c) Apenas a II
d) Apenas a III
e) Nenhuma das afirmações.


03. (ITA)
I.   Conotativamente, o leão chora; denotativamente, o menino agride.

II.  A decadência do leão é tanta, que nada faz lembrar a sua antiga reputação. Nem mesmo os adultos o reconhecem mais.

III. Metaforicamente, o leão, que não mais produz e não mais trabalha, pode representar a marginalização, abandono e agressão a que são submetidos os idosos.
      
Inferimos que, de acordo com o texto, pode(m) estar correta(s):

a) Todas
b) Apenas a I
c) Apenas a II
d) Apenas a III
e) Nenhuma das afirmações.


04. (ITA)
I.   Evidencia-se  explicitamente no texto uma comparação: a decadência do leão é similar a do ser humano em geral.
 
II.  Incapaz de reagir fisicamente às provocações, o leão, sentindo-se inconformado, morre.

III. O fato de o leão "não estar preso em gradil de ferro constitui, por parte de seus antigos donos, uma prova de gratidão.

Inferimos que, de acordo com o texto, pode(m) estar correta(s):

a) Todas
b) Apenas a I
c) Apenas a II
d) Apenas a III
e) Nenhuma das afirmações.

05. (PUC - SP) O trecho abaixo foi extraído da obra Memórias Sentimentais de João Miramar, de Oswald
de Andrade.

66. BOTAFOGO ETC.

  "Beiramarávamos em auto pelo espelho de aluguel arborizado das avenidas marinhas sem sol. Losangos tênues de ouro bandeiranacionalizavam os verdes montes interiores. No outro lado azul da baía a Serra dos Órgãos serrava. Barcos. E o passado voltava na brisa de baforadas gostosas. Rolah ia vinha derrapava em
túneis.
  Copacabana era um veludo arrepiado na luminosa noite varada pelas frestas da cidade. Didaticamente, costuma-se dizer que, em relação à sua organização, os textos podem ser compostos dedescrição, narração e dissertação; no entanto é difícil encontrar-se um trecho que seja só descritivo, apenas narrativo, somente dissertativo.
 
Levando-se em conta tal afirmação, selecione uma das alternativas abaixo para classificar o texto de
Oswald de Andrade:

a) Narrativo-descritivo, com predominância do dissertativo.
b) Dissertativo-descritivo, com predominância do dissertativo.
c) Descritivo-narrativo, com predominância do narrativo.
d) Descritivo-dissertativo, com predominância do dissertativo.
e) Narrativo-dissertativo, com predominância do narrativo.

























Resolução:
01. B
02. E
03. D
04. E
05. A




Nenhum comentário: